Sim - toda interação humana.
Toda vez que um ser humano interage com outro, ocorre uma troca.
Em todas as conversas que temos, trocamos informações uns com os outros. Mesmo as informações mais triviais têm algum valor para a outra pessoa.
Se as informações não tivessem nenhum valor para nós, não falaríamos.
O que a outra pessoa diz é valioso para nós ou achamos valioso dar informações a ela. Muitas vezes, as duas coisas.
No centro de toda interação humana que não é violenta, ambas as partes percebem que ganham algum valor, senão a interação não teria ocorrido.
As civilizações começam assim. Duas pessoas achando valioso interagir uma com a outra. Só precisamos disso.
Então, o que constitui valor?
O que achamos valioso é inteiramente subjetivo.
Um abraço reconfortante, por exemplo, provavelmente tem um valor diferente para uma criança de dois anos do que para um general sem coração. Mesmo a ação mais básica, como respirar, engloba todo o espectro de valores. Esquecemos que mesmo uma única lufada de ar pode ser de imenso valor para nós dependendo das circunstâncias.
Uma única respiração vale mais do que qualquer coisa no planeta para um mergulhador desesperado preso debaixo de gelo, enquanto não vale nada para uma pessoa com tendências suicidas em uma floresta num dia de verão ensolarado.
O valor é derivado da oferta e da demanda, e a demanda é sempre subjetiva. A oferta não é. Como todas as vidas são limitadas pelo tempo, o tempo é o melhor exemplo de um recurso escasso e negociável. Todos nós vendemos nosso tempo. O vendemos para outros e para nós mesmos. Todo mundo vende seu tempo, seja por meio de um produto que demorou um certo tempo para ser produzido, seja em forma de serviço, e os serviços sempre consomem tempo.
Se você é um funcionário com um salário estável, normalmente vende oito horas do seu dia, todos os dias, para seu empregador. Se você está fazendo algo que realmente ama fazer, essas oito horas por dia ainda pertencem a você de certa forma, já que você está fazendo o que provavelmente estaria fazendo de qualquer maneira mesmo se fosse de graça.
Às vezes, sacrificamos tempo para adquirir algo no futuro. A educação, por exemplo, não oferece recompensa imediata, mas pode levar a um emprego com melhor remuneração e mais satisfação no futuro.
As trocas estão em nossa essência, e as ferramentas que usamos para conduzir trocas são muito importantes para o resultado de cada transação.
Dinheiro é a nossa principal ferramenta para expressar valor uns aos outros, e se a criação de dinheiro for corrupta ou antiética,
essa podridão se espalha pela sociedade, de cima para baixo.
“O de cima sobe e o de baixo desce”, como diz a música.
Então, o que é dinheiro, ou melhor - O que o dinheiro deveria ser?
Para que duas pessoas interajam quando não há uma coincidência mútua de necessidades, será necessário um meio de troca para executar uma transação. Uma coincidência mútua de necessidades pode ser:
“Você precisa das minhas três cabras e eu preciso da sua vaca”, ou ainda “nós dois precisamos de um abraço”. Na ausência de um bem físico ou serviço adequado para uma transação específica, o dinheiro pode cumprir a função de meio de troca.
O que a maioria das pessoas não consegue perceber é que o valor do dinheiro, assim como o valor de tudo, é inteiramente subjetivo.
Você não tem que gastar ele. O problema com cada encarnação do dinheiro que a humanidade já tentou é que seu valor sempre se dilui com o tempo devido a algum tipo de inflação. A inflação faz com que o dinheiro tradicional seja uma péssima reserva de valor.
Bitcoin tenta resolver isso introduzindo ao mundo a escassez absoluta, um conceito totalmente novo para a humanidade. Para entender o significado dessa descoberta para o futuro, é preciso entender os fundamentos do que é valor, e que atribuímos um certo valor a tudo que encontramos na vida, seja consciente ou inconscientemente.
Em suma, atribuímos valor a tudo o que fazemos, o valor deriva da oferta e da demanda, e a oferta é objetiva, enquanto a demanda é subjetiva.
O livre comércio surge naturalmente da interação humana e não é uma ideia que nos foi imposta em algum momento. Por outro lado, a ideia de que os mercados deveriam ser regulados e governados, sim foi imposta.
O livre comércio é apenas a ausência da interferência forçada de um terceiro em uma interação entre dois humanos. Não há nada intrinsecamente errado ou imoral na troca de um bem ou serviço. Toda objeção a isso é um subproduto da narrativa global atual. Uma narrativa que nos diz que o mundo está dividido em diferentes nações e que as pessoas nessas nações operam sob diferentes conjuntos de leis, dependendo da jurisdição em que se encontram. Todas essas ideias são criadas pelo homem. Nenhuma espécie, com exceção dos humanos, faz isso consigo mesma. Animais fazem trocas, mas não fazem política.
By: @IoniAppelberg, @knutsvanholm, @TheCryptoconomy